Vieses e consensos | Setores da mídia e da OAB e a hipocrisia quanto ao voto impresso

Debate da ordem do dia no País tem sido travado a respeito da “auditabilidade” ou não do sistema eletrônico de votação.

Aqueles que pregam voto impresso como contraprova para auditar fundam-se em questões de ausência de sistema eletrônico cem por cento seguro, e no fato histórico numa urna eletrônica da cidade de Içara que foi inteiramente anulada e teria, em tese, prejudicado um candidato numa eleição para deputado estadual.

Mas o mais impressionante disso é que âncoras da imprensa barriga-verde, e vultos das carreiras jurídicas ao passo que levantam suspeitas sobre o sistema eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), compostos também por nobres advogados, calam-se internamente nas eleições da OABSC cuja votação é cem por cento eletrônica, e, inclusive, via internet, com certificado digital, sem sequer exigência de urna eletrônica para todos. Seria a política da “casa de ferreiro, espeto de pau”?

É chegada a hora de pormos um fim a discussões intermináveis (ou se defende voto impresso em todas eleições ou em nenhuma!), que muitos querem isso mesmo, sejam intermináveis, para terem uma espécie de voucher em mãos, do tipo: “se ganhei é porque teria até mais votos fosse auditável, se perdi é porque me roubaram”!

Beira o escárnio esse “estado de coisas”, ou os âncoras da imprensa barriga-verde e os vultos jurídicos de nosso Estado exijam da OABSC voto impresso também, ou que se calem em relação ao TSE e TRE, sob pena de passarem recibo para sociedade que suas posições não são técnicas, mas eleitoreiras e seletivas da pior espécie.

Voto auditável para os outros, para nós não nobres colegas advogados e honrados âncoras barriga-verde?